Amar Sem Preconceito

Amar sem preconceito 1



Sentei-me no chão, na rua, numa rua estreita, não sei que horas são, a ultima vez que olhei o relógio marcava 1:30 h da manhã, perdi-me no meio dos meus pensamentos, cruzei as pernas procurei no bolso, e enrolei um charro, descruzei as pernas e juntei os joelhos com as costas apoiadas numa parede, acendi o charro, e fiquei a curtir a minha. Sei que podia ser perigoso, mas desde a morte da minha irmã que não tenho medo de nada, que nada me assusta. Acabei por adormecer, quando acordei tinha alguém à minha frente, a observar-me, fiquei ali por segundos sem me mexer. Até que vi que era um homem, com muito mau aspecto por sinal, mas a esta altura eu não era ninguém para falar de aspecto, pois o meu não era o melhor, e eu tinha consciência disso.
- Olha olha o que temos aqui, andas perdida pitinha?
De um salto levantei-me, ele veio em minha direcção, encostou-me a uma parede. Tirou uma navalha do bolso e encostou-a à minha barriga.
- Se te portares bem, não te vai acontecer nada, telemóvel e dinheiro, rápido.
Com a moca que estava ele podia ter-me dava uma facada que eu nem sentia, podia ter me roubado ali mesmo que eu nem me ia lembrar na manhã seguinte. De repente ouviu-se uma voz, sem me dar tempo de eu ter qualquer reacção.
- Deixa-a, ouvis-te deixa-a.
Ele largou-me  e saiu a correr, e eu cai no chão.
- Estas bem?
Não conseguia falar, não sei se por causa do tentativa de assalto ou por causa da dose a mais que pôs no charro. Fiz-lhe sinal com os dedos que estava fixe. Lentamente levantei-me, e foi quando olhei, era uma rapariga alta e magra.
- Sim estou bem.
- Não devias estar aqui sozinha, queres que te acompanhe ate casa?
- E tu também estas sozinha não estas? Eu sei bem o caminho.
- Tu lá sabes.
Naquele momento não conseguia ser simpática, tinha a minha cabeça um caos, um turbilhão de pensamentos me atormentavam a cabeça. Virei costas e segui meu caminho. Virei-me para traz a miúda ainda lá estava.
- Eih obrigada.
- Beatriz, chamo-me Beatriz.
- Jessica .
Gritei-lhe eu já a alguns metros dela, e segui meu destino.



Amar sem preconceito 2




Faz hoje precisamente um ano que a Ariana morreu, e eu não pude fazer nada para a salvar. Quero ter continuado a dormir mas a minha mãe acordou-me.
- Anda lá dorminhoca, as férias já acabaram.
Quando destapei a cara com o cobertor, ela percebeu logo o que eu tinha, e abraçou-me, devia ser a primeira vez desde a morta da minha irmã que abracei a minha mãe, e choramos juntas. A certa altura ela parou, limpou as suas lágrimas e depois as minhas.
- Tem calma meu amor, ela não gostaria de te ver triste se aqui estivesse, logo vai haver uma missa em nome dela eu e o teu pai vamos também por flores e velas na campa, gostaria que viesses connosco.
Acabei de secar as minhas lágrimas, levantei-me da cama e ganhei força para falar.
- Se ela cá estivesse.. mas não esta. Missa? Flores, velas? Para que mãe? Diz-me para que? Isso traz-la de volta? Não, ela demonstrou não estar bem e eu e tu e o pai nem o mano fomos capazes de perceber isso, e deixamos que ela morresse, agora é tarde já não se pode fazer nada. Não é isso que vai trazer a Ari de volta, por isso afasta essas ideias para bem longe de mim percebes-te?
- Jessica, eu sei que isso não a traz de volta, mas estamos a homenageia-la, a relembrar-la filha...
- Para que mãe? Se ela morreu à um ano e não há um dia que não pense nela?
A minha mãe sabia das minhas ideias e que nada me iria fazer mudar, assim sai do meu quarto e limitou-se a dizer-me "Faz como a tua consciência ditar."
Arranjei-me, bebi o leite e peguei na mochila, sei que tenho os livros novos mas nem sei o que meti na mochila, as aulas começaram à 3 semanas e eu não vejo a hora de elas acabarem, mas hoje não conseguia ir para as aulas, então fui passear, liguei ao João Pedro, que há quase um ano que não falávamos, sempre que estava triste ligava-lhe, ele sabia como me confortar. Nós andávamos, mas eu afastei-me com a morte da minha irmã, não estava com cabeça para namoricos, nem estou, mas preciso de ouvir a voz dele, também não lhe podia pedir que esperasse por mim, porque nunca lhe dei certezas de nada logo desde inicio. O telemóvel chamou, mas ele não me atendeu. Se calhar deixei passar demasiado tempo, enfim, esta no seu direito.   Quando dei por mim estava perto do cemitério e ouvi a voz da minha mãe " Faz o que a tua consciência ditar", aproximei-me do cemitério, e vi um rapaz a sair de lá, depressa me apercebi que era o João Pedro, e então escondi-me a traz de uma árvore.






Amar sem preconceito 3




O meu telemóvel começou a tocar, e dizia JP <3, ele olhou para traz e viu-me a tentar esconder-me a traz da árvore.
- Jéssica?
Baixei o olhar, sentia-me uma perfeita idiota a tentar-me esconder dele, ele desligou a chamada e veio em direcção a mim.
- Não acredito que ao fim de tanto tempo te fui encontrar. Que andas aqui a fazer?
- Ia para a escola... quer dizer vinha ver a minha irmã. Mas ela morreu eu não a posso ver.
- Estou a ver que precisas de falar.
Ficamos toda a manhã a conversar, almoçamos juntos e passamos a tarde juntos, não falamos de nós, ele apenas me ouviu, e falou um pouco dele, pelos vistos estamos na mesma escola este ano lectivo.
- Eis já são 18:30..
- Já- respondi eu.
- Sim, quando estamos juntos o tempo voa, já nem me lembrava de como era bom estar contigo.
- Tenho de ir.
- Podemos voltar a vermos?
- É melhor não.
- Porque?
- Porque eu não quero que aconteça nada entre nós.
- Não podes fugir, nem negar o sentimento que existe entre nós. Sabes bem que fomos feitos um para o outro.
Peguei as minhas coisas e desatei a fugir, e também já não me lembrava o quanto era bom ter-lo, mas eu não posso não quero estar com ninguém, os homens não prestam, não me quero magoar, como aconteceu com a minha irmã.

....................No dia seguinte....................

- Menina, componha-se se faz favor. Esta a ouvir-me? Acha que são maneiras, dormir numa aula?
Com os gritos da stora de matemática levantei a cabeça, estava tudo a roda.
- Acha que são maneiras?
- Adormeci, desculpe.
- Que pouca vergonha valha-me deus, só não lhe marco falta porque já esta para tocar. Mas que não volte acontecer, onde já se viu a melhor aluna da turma a dormir em plena aula.
Deu o toque, e sai pela porta deixei-a a falar sozinha. Fui dar uma volta pela escola que tinha estado em obras, então estava completamente revonada, encontrei um canto longe de todos dentro da escola, pareceu-me um belo sitio para fumar um charro, já estava enrolado foi só procurar o isqueiro.
- Tiveste cá uma sorte com a prof de matemática.
- Que susto, quem és?
- Beatriz, e tu jéssica certo?
- Sim.
- Conheci-te no sábado à noite, e pelos vistos estou na tua turma.
- Ya.
- Andas aqui há muito tempo?
- Um ano.
- Bem eu sou nova aqui, não conheço nada, nem aqui nem na cidade, podias-me ajudar, que achas?
- Na boa.
- És sempre assim?
- Ah??
- Sim assim tão simpática.
- Ya.
- Ok não incomodo mais, vou indo.
- Beatriz.
- Sim?
- Nunca fui boa a decorar nomes, mas o teu ate consegui. Podes ficar.
- Tens a certeza?
- Ya, mas tipo não sejas chata, tou a curtir uma beca.
- Ok. Prometo.





Amar sem Preconceito 4



- Jéssica?
- O que foi agora, disseste que ias estar calada.
- Nada.
- Diz lá.
- Porque é que fumas isso?
- O que? A ganza?
- Sim.
Comecei a rir-me, não conseguia falar, quando olhei para a cara dela vi que estava a falar a serio e parecia irritada, pela minha reacção.
- Para esquecer.. para talvez fugir.
- Esquecer o que? Fugir??
- A minha merda de vida Bia.
- O que? Olha que idade tens mesmo?
- 17.
- Com essa idade não acredito que tenhas algum problema assim tão grave, és jovem anima-te, de certeza que não precisas disso.
- Cala-te. Não sabes do que falas.
- Pois não, então conta-me.
- Sabes quando perdes a pessoa mais importante do mundo? E não podes fazer nada? Sem teres oportunidade de te despedir, e de lhe dizer que era a melhor irmã do mundo e que a amava muito, e no dia do funeral eu não consegui, eu não consegui chorar, estava tão chocada que não consegui reagir, nunca me hei-de perdoar por isso e por não detectar a tempo que ela precisava de ajuda.
- Calma não chores. A vida é assim, ela claro que sabia o quanto era importante para ti, e não esta zangada por isso. Não fiques assim, e olha que não é a fumares essa porcaria que vai alterar a situação.
- Ai chega não quero falar mais disso.
- Sempre que quiseres eu estarei aqui para te ouvir.
E pôs a sua mão sobre a minha, e por momentos olhei para ela e fez-me lembrar a minha irmã.
Os restantes dias foram assim, a Beatriz não descansou enquanto não soube tudo acerca da minha irmã, a cada dia que passava a nossa amizade ia crescendo, não me lembrava de criar assim um laço tão rápido e tão intenso, os meus  pais andavam chateados comigo por a cena da missa, mas desde que conheci a Bea acalmei muito, e isso foi notório em casa.

-----------------Dois meses depois-------------------


Estava com a Bia, no nosso cantinho do costume, tinha o charro acendido quando recebi uma mensagem.
De: JP <3: " Estou com muitas saudades tuas, vamos tomar café hoje? Não aceito um não como resposta. "
- Que se passa Jessica? Nunca te vi sorrir assim, de quem era a mensagem?
- É o João Pedro.
- Hummm e quem é esse?
- Olha nunca te disseram que és uma curiosa e chata de primeira não?
- Já me calo.
- Pronto eu conto.
E lá lhe contei a história do JP, não sei porque mas ficou incomodada, ainda que tivesse tentado disfarçar, eu já a conhecia o suficiente para saber isso. Depois de lhe ter contado disse que tinha de ir e saiu a correr, não percebi nada.






Amar sem preconceito 5



No momento em que me levantei para ir a traz da Bia, tocou, era o toque das 18:30h, sou seja a escola ia ser basicamente invadida de jovens que acabaram as aulas e finalmente estão de fim de semana, assim acelerei o passo, mas já não vi a Beatriz, estava já no parque de estacionamento, mesmo a subir para a minha mota quando de repente alguém me agarrou a mão.
- Olha a minha boneca.
- JP, -sorri-lhe.
Ele deu-me um grande beijo na bochecha.
- Recebes-te a minha mensagem?
- Sim recebi.
- Sim porque andamos na mesma escola, mas eu nunca te encontro.
- Nem eu a ti.
- Humm, acabei de mudar de ideias, tens duas hipóteses...
- Ai tenho? E tu já mandas?
- Oh se não quiseres pronto...
- Diz lá.
- Ou vamos dar uma volta na tua moto agora, ou vamos jantar as 20h?
- Agora não me dá jeito.
- Ok, as 20h estou em tua casa,- e virou-me costas.
- Mas... JP??
- Até logo princesa.- Gritou-me ele já de longe.
Liguei a minha moto, tenho uma vespa cor de laranja, que me acompanha para todo o lado, e fui à casa da Bia, toquei à campainha mas ninguém me atendeu. Não consigo perceber as atitudes dela, fui para casa, tomei um banho, arranjei-me para o jantar com o JP, estava acabar de me maquilhar quando a minha mãe entrou no quarto.
- Jéss??
- Sim mãe.
- Posso entrar?
- Podes claro.
- Estas linda filha.
- Obrigada mãe.
- Ainda não me disseste porque não vais jantar em casa.
- Vou jantar com um amigo.
- Pois, eu logo vi, de vestido, e maquilhada...
- Mãe não comeces a fazer filmes.
- Então conta-me quem é ele querida, deve ser alguém muito especial, pois à muito que não te via assim, ultimamente parece que minha filha se meteu dentro dessas roupas largas que usas, e nunca mais ninguém a viu, estas muito bem hoje.
- É o JP mãe.
- Mas ele não era amigo da tua irmã?
- Sim e o que tem?
- Nada, pensei que fosse só amigo dela.
- Pensas-te mal, eu e o JP namorávamos antes da mana morrer.
- Bem tinha a ideia que ele era mais próximo dela mas pronto. Gostas dele?
- Gosto mãe, e desde que a Ariana morreu eu afastei-me dele, não consegui estar com ele, eles eram amigos como tu sabes, e eu não suportei a dor e afastei o, mas agora ele quer voltar, e acho que lhe vou dar uma oportunidade mãe.
- Fico feliz por ti amor.
- Posso filha?
-  Sim pai entra.
- Olha querida esta ali a porta um amigo teu, e plo que vi esta a tua espera para um jantar bem romântico.
- Diz-lhe que já desço pai.




Amar sem preconceito 6





Desci o quanto antes para lhe abrir a porta. Senti uma pontada no coração e abri.

**
- Faz-me um favor Jess, o João Pedro deve estar a chegar, quando ele tocar à campainha podias ir abrir.
- Ariana eu sei que hoje é o teu aniversário mas já recebi todos os teus convidados, ainda não me sentei um segundo será que posso?
-  Eu não vou deixar os restantes convidados sozinhos, só porque a princesa não pode ir receber o JP.
- Ir receber o JP?
- Hummm á história, eu ainda não o conheço.
- Vês optimo, assim passas a conhecer.
Nem todos amigos da minha irmã eram meus amigos, tínhamos alguns em comum, mas haviam outros que eu nem conhecia. Tinha vindo à cozinha, a festa de anos era na garagem, quando a campainha tocou, a Ariana mandou um grito que consegui ouvir perfeitamente na cozinha, para abrir a porta que não ia subir.  De um impulso abrir a porta super rápido, quando olhei em frente fiquei estática. Fez-se silêncio.
- Bem que recepção.
Queria falar, mas as palavras não se articulavam, fiquei presa ao chão as pernas tremiam, quando estava a tentar dizer algo ele interrompeu o meu gaguejo.
- Bem, eu sou o João Pedro, JP, vim à festa da Ariana.
- Jessica, eu sou, irmã, irmã da Ariana.
- E vais me convidar a entrar ou queres continuar aqui?
- Ah o que? Ah sim, entra claro, desculpa.
Deu um passo em frente e deu-me dois beijinhos, ia jurar que era desta que o meu coração me saltava, nunca tinha vista um rapaz assim, tão lindo, tão perfeito, tinha o cabelo meio para o comprido, liso, castanho claro, com alguns fios já em loiro natural, uns olhos verdes claros, uma pele  morena, tinha uma t-shirt branca, e umas calças pretas, super elegante, e cheirava deliciosamente bem. 
- Jessica, vais ficar a segurar a porta?
- Não que parvoíce a minha.

Essa foi a primeira vez que o tinha visto, e foi essa lembrança que me assaltou quando lhe abri a porta.
- Jessica, vais me convidar a entrar, ou já estas pronta? Bem tou a ver que ainda adoras segurar a porta.
- ahh, eu estava..
- vamos?
- Sim vamos.
Ele agora tinha carro, era mais velho que eu, era estranho estar ali com ele de novo, foi assim que nos conhecemos na minha porta, passou um ano e o meu coração palpitou logo, fiquei como no primeiro dia.




Amar sem preconceito 7




Era surreal estar ali com ele, a voz saia-me tremula, de repente parece que não me lembrava de nada para conversar, ia apenas a curtir a música que ele tinha completamente distraída, nem reparei que já tinha estacionado o carro.

- Importas-te de me dar a minha carteira que esta no porta luvas?... Jéssica.
- ah?? ah sim desculpa toma, nem tinha reparado que..- Não consegui dizer mais nada, as nossas mãos tocaram-se no instante que lhe passei a carteira e ele olhou-me nos olhos, o mundo parou nesse instante para mim, o meu coração começar a disparar com muita força.

- Obrigada. És mesmo distraída rapariga, bem vamos?
 Fomos jantar a um sitio espectacular, a beira de um rio, o sitio onde ficamos tinha uma árvore, e o rio passava mesmo ali em baixo a seguir a essa árvore,  com uma decoração toda branca, o que dava um ar muito romântico, estava uma noite fantástica mesmo sendo inverno, se bem que estávamos equipados com casacos.


-  Estou com frio.
- Oh Jess a esta hora?
- Deixa de ser parvo sim, já não é cedo e faz muito frio, ainda falta muito para chegarmos?
- Humm, não.
Surpreendentemente, ele tirou o seu casaco e deu-me para eu vestir, era por isso que gostava dele, estava sempre a surpreender-me.Peguei no casaco e vestiu sem pensar duas vezes.
- Ainda com frio?
- Sim.- De repente começou a chover torrencial mente.- Oh não e agora esta a chover, isto não pode estar acontecer.
- Nunca ouviste dizer se a chuva não passar, aprende a dançar nela?
- Não me digas que queres dançar aqui?
- Porque não?
Pegou no telemóvel e pôs uma música a tomar, bem romântica, depois colocou no bolso a tocar ainda.
 - A menina da-me a honra desta dança?
Pegou na minha mão e encostou-a a ela, aquela curta distância enlouquecia-me consegui sentir a sua respiração pesada ao lado da minha, aos poucos fomos ficando muito molhados mas a verdade é que estava a começar a sentir-me sem frio e muito aconchegada, não queria que aquele momento acabasse nunca. Quando a música parou, ele estava com a cabeça inclinada na mesma direcção da minha, e aproximou-se ainda mais, quando pensei que ele me ia beijar a música parou, e ele fez-me cócegas, para castigo tirei-lhe o telemóvel do bolso e comecei a correr, dizendo-lhe ao ouvido.
- És mesmo mau, agora se o quiseres apanha-me se puderes.
E comecei a correr, olhei para traz e viu a olhar para mim a sorrir a veio a traz de mim a correr, com o cabelo tudo caído da chuva e a cara toda molhada . Quando me apanhou eu estava a traz de uma árvore para em abrigar, já sabia que ele me ia apanhar assim que corri para um sitio abrigado, ele vinha a correr eu tinha acabado de chegar a árvore, quando ele se aproximou, me virou para ele e encostou-me à árvore, e pela primeira vez beijou-me, foi um pequeno beijo, em que ele quebrou o beijo olhou-me nos olhos e eu voltei a beija-lo, desta vez um beijo longo e cheio de paixão, desde o dia em que o vi que tinha ficado louca por ele, estava com medo que ele não sentisse o mesmo mas este beijo acabou com as minhas dúvidas.
- Bem Jess, eu ia te levar a um jardim, não a um jardim, mas sim ao jardim, onde eu passou muito tempo, é o meu refúgio, mas começou a chover, acho que não é boa ideia.- Disse ele depois de ter quebrado o beijo.
Eu mal conseguia falar depois daquele ardente momento, e fiquei chocada como ele reagiu como se nada fosse.
- Não faz mal.- Não conseguia dizer mais nada naquele momento.

- Estou a perguntar se queres café?
- Sim quero, desculpa estava..
- Distraída,, eu sei estas sempre.
- Estavas a chamar-me há muito?
- Não, só umas 3 vezes. Em que estavas a pensar?
- No dia em que...- perdi a coragem de o dizer.
- Sim?
- No dia em que ias-me levar ao jardim e começou a chover.- Não conseguia dizer o nosso primeiro beijo, pois foi bom, mas nesse dia algo veio estragar tudo.
- Nunca me vais perdoar pois não?
- O que?
- O facto de bem tu sabes..
- De teres namorada e andares a brincar ao solteiro comigo? Não JP.
- Mas nós já namoramos, mesmo eu namorando com outra. E agora as coisas são diferentes.- Suspirou.
- Em que?
- Agora só estou contigo, ou quero estar contigo, fomos feitos um para o outro não vês isso?
- Eu sei disso. Mas o que acontece é que tu namoras, ou namoravas sei lá, e tinhas comigo uma relação de namoro. Eu pedi-te um tempo por causa da minha irmã é certo, mas sabes bem que nunca consegui viver com o facto de te ter de partilhar.
-Repito as coisas são diferentes, estou só, juro-te. Pensei que tinhas aceitado isso, afinal andamos ainda um bom tempo, e ao fim deste tempo tudo é disso que te recordas de mim?
- JP, eu agora até podia voltar a namorar contigo e desta vez um namoro a sério pelos vistos, mas não percebes que nada fará apagar o passado?


Amar sem preconceito 8




- Jéssica acorda filha, acorda, pelo amor de Deus.
- Ai mãe que irritação, que foi? Que gritaria é esta?
- Eu e o teu pai vamos passar o fim de semana fora, voltamos na segunda-feira de manhã.
- E o mano?
- Ele este fim de semana não vem a casa, vai ter exames na faculdade e vai ficar lá.
- Tens ali dinheiro para o que fizer falta, e comida no frigorífico.
Assim, que ouvi o portão da minha casa a fechar-se, e o barulho do carro a desaparecer, saltei da cama e deitei-me no sofá, liguei a televisão, mas não estava a dar nada de especial, fechei os olhos e os pensamentos fluíram sobre a noite anterior, tinha ficado tanto por dizer, mas porque raio é que lhe disse que nada apagará o passado, na verdade quero voltar a ter-lo e começar de novo, não Jéssica não podes, aiii que confusão. De repente a campainha tocou. Fui abrir a porta mas não vi ninguém, quando ia a fechar a porta, tinha lá um envelope, que dizia para Jéssica. Fechei a porta sentei-me no sofá, abri o envelope, e tirei a carta que tinha dentro.

" Chegou a estação das flores, quando o clima e a paisagem nos convidam ao amor... 
Nesta época, as plantas e as árvores começam a exibir suas flores. 
Os passarinhos pressentem o momento de se acasalar. 
Tudo gira em torno do renascer, em torno da vida, e é neste momento que eu percebo o quanto me faz bem amar-te. Tu és a minha paz e a minha energia! Como uma flor, trazes cor à minha vida. Iluminas a minha alma como um raio de sol de primavera ilumina um jardim! 
Para o amor não existe hora marcada. No entanto, a primavera parece propiciar ou permitir que os nossos corações estejam mais abertos e vulneráveis, mais generosos e mais receptivos ao carinho e à afeição. 
Chegou o tempo de amar, de deixar que os nossos melhores sentimentos desabrochem, e é isto que eu estou a fazer agora mesmo, ao declarar, com juvenil vitalidade, o quanto eu gosto de ti. 
Beijo grande, com Amor
Eros"
O que foi isto? Fui a correr para o meu quarto e reli novamente umas quatro vezes, e há medida que ia lendo as palavras começavam a fazer sentido e só podia ter sido o JP a mandar-me esta carta, mas se foi ele porque não assinou? Bem o melhor é para esperar o que vai acontecer.  Peguei no telemóvel e convidei a Beatriz para passar comigo o fim de semana, ela demorou a atender-me a chamada, mas atendeu e aceitou.

....horas mais tarde.....
- Achas normal ele querer voltar como se nada fosse, depois de tudo que já me fez e depois deste tempo tudo?
- Oh Jess, queres que te seja sincera?
- Claro.
- Sinceramente, olha ele andou todo esse tempo a gozar contigo, como me disseste se estava bem contigo estava mal com a namorada e se estivesse mal contigo, estava bem com ela, achas que faz sentido? Achas que foste feita para seres a outra? A mim não me parece, acho-te linda demais para isso. E se realmente ele tivesse interessado neste ano que vocês se afastaram ele teria vindo a traz de ti, não te parece? Quem realmente esta interessado procura, quem ama sempre dá um jeito para dar certo, entendes-me princesa?
Quando ela acabou de falar eu estava quase a chorar, e as coisas ditas em voz alta, realmente faziam todo sentido.
- Mas.....esquece, tens razão foda-se!- Senti uma verdadeira necessidade de lhe contar sobre a carta, mas tive vergonha e calei-me.
- Mas gostas dele, não é?
- Gosto dele? Eu amo-o, não houve um dia em que não pensasse nele.
- Vamos fumar um charro?
- Beatriz a menina certinha a dizer uma coisas dessas?
- Qual é o mal? A minha vida também é uma porcaria, mas não quero falar disso, vai trata de enrolar um.
- Ok chefe.
Depois de o charro, fui buscar uma garrafa de whisky do meu pai, procurei o gelo no congelador e dois copos, fiz mais um charro, e quando demos por nós já tínhamos acabado a garrafa toda, fui buscar mais uma que deixamos em metade, o nosso estado era tudo menos sóbrio, quando fomos dançar, ate que a dança virou um jogo de sedução e começamos a despirmos fazendo strip, não sei explicar mas naquele momento eu desejava a minha própria amiga, estava a começar a vela como uma pessoa que queria envolver-me naquele momento e não uma mulher, uma amiga minha, até que nos fomos aproximando cada vez mais e ficamos cara a cara, juntamos a nossas testas, e começamos a dançar nessa posição, ate que a música parou, e nos estávamos praticamente com os lábios juntos, depressa nos afastamos e começamos a rirmos que nem duas loucas.


Aqui esta como prometido o post com todas as partes da história, irei reler isto com tempo e ponderar à cerca da história, sinto me um pouco perdida.

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