Amar sem preconceito 8




- Jéssica acorda filha, acorda, pelo amor de Deus.
- Ai mãe que irritação, que foi? Que gritaria é esta?
- Eu e o teu pai vamos passar o fim de semana fora, voltamos na segunda-feira de manhã.
- E o mano?
- Ele este fim de semana não vem a casa, vai ter exames na faculdade e vai ficar lá.
- Tens ali dinheiro para o que fizer falta, e comida no frigorífico.
Assim, que ouvi o portão da minha casa a fechar-se, e o barulho do carro a desaparecer, saltei da cama e deitei-me no sofá, liguei a televisão, mas não estava a dar nada de especial, fechei os olhos e os pensamentos fluíram sobre a noite anterior, tinha ficado tanto por dizer, mas porque raio é que lhe disse que nada apagará o passado, na verdade quero voltar a ter-lo e começar de novo, não Jéssica não podes, aiii que confusão. De repente a campainha tocou. Fui abrir a porta mas não vi ninguém, quando ia a fechar a porta, tinha lá um envelope, que dizia para Jéssica. Fechei a porta sentei-me no sofá, abri o envelope, e tirei a carta que tinha dentro.

" Chegou a estação das flores, quando o clima e a paisagem nos convidam ao amor... 
Nesta época, as plantas e as árvores começam a exibir suas flores. 
Os passarinhos pressentem o momento de se acasalar. 
Tudo gira em torno do renascer, em torno da vida, e é neste momento que eu percebo o quanto me faz bem amar-te. Tu és a minha paz e a minha energia! Como uma flor, trazes cor à minha vida. Iluminas a minha alma como um raio de sol de primavera ilumina um jardim! 
Para o amor não existe hora marcada. No entanto, a primavera parece propiciar ou permitir que os nossos corações estejam mais abertos e vulneráveis, mais generosos e mais receptivos ao carinho e à afeição. 
Chegou o tempo de amar, de deixar que os nossos melhores sentimentos desabrochem, e é isto que eu estou a fazer agora mesmo, ao declarar, com juvenil vitalidade, o quanto eu gosto de ti. 

Beijo grande, com Amor

Eros"

O que foi isto? Fui a correr para o meu quarto e reli novamente umas quatro vezes, e há medida que ia lendo as palavras começavam a fazer sentido e só podia ter sido o JP a mandar-me esta carta, mas se foi ele porque não assinou? Bem o melhor é para esperar o que vai acontecer.  Peguei no telemóvel e convidei a Beatriz para passar comigo o fim de semana, ela demorou a atender-me a chamada, mas atendeu e aceitou.

....horas mais tarde.....


- Achas normal ele querer voltar como se nada fosse, depois de tudo que já me fez e depois deste tempo tudo?
- Oh Jess, queres que te seja sincera?
- Claro.
- Sinceramente, olha ele andou todo esse tempo a gozar contigo, como me disseste se estava bem contigo estava mal com a namorada e se estivesse mal contigo, estava bem com ela, achas que faz sentido? Achas que foste feita para seres a outra? A mim não me parece, acho-te linda demais para isso. E se realmente ele tivesse interessado neste ano que vocês se afastaram ele teria vindo a traz de ti, não te parece? Quem realmente esta interessado procura, quem ama sempre dá um jeito para dar certo, entendes-me princesa?
Quando ela acabou de falar eu estava quase a chorar, e as coisas ditas em voz alta, realmente faziam todo sentido.
- Mas.....esquece, tens razão foda-se!- Senti uma verdadeira necessidade de lhe contar sobre a carta, mas tive vergonha e calei-me.
- Mas gostas dele, não é?
- Gosto dele? Eu amo-o, não houve um dia em que não pensasse nele.
- Vamos fumar um charro?
- Beatriz a menina certinha a dizer uma coisas dessas?
- Qual é o mal? A minha vida também é uma porcaria, mas não quero falar disso, vai trata de enrolar um.
- Ok chefe.

Depois de o charro, fui buscar uma garrafa de whisky do meu pai, procurei o gelo no congelador e dois copos, fiz mais um charro, e quando demos por nós já tínhamos acabado a garrafa toda, fui buscar mais uma que deixamos em metade, o nosso estado era tudo menos sóbrio, quando fomos dançar, ate que a dança virou um jogo de sedução e começamos a despirmos fazendo strip, não sei explicar mas naquele momento eu desejava a minha própria amiga, estava a começar a vela como uma pessoa que queria envolver-me naquele momento e não uma mulher, uma amiga minha, até que nos fomos aproximando cada vez mais e ficamos cara a cara, juntamos a nossas testas, e começamos a dançar nessa posição, ate que a música parou, e nos estávamos praticamente com os lábios juntos, depressa nos afastamos e começamos a rirmos que nem duas loucas.

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