Vidas Cruzadas [parte 30]

***Catarina***





A noite de passagem de ano foi simplesmente a melhor noite da minha vida, eram 6 da manhã quando adormecemos, por de volta das 10 acordamos e fomos tomar o pequeno almoço, depois ele levou-me a casa. Sentia-me feliz, mesmo muito feliz, ainda que havia ali qualquer coisa que me estava a escapar. Mas os dias foram passando, e eu e ele aproveitamos os últimos dias de férias para estarmos juntos. De volta ás aulas e tudo foi como antes, boleia do Filipe de amanhã, estar com o pessoal da turma, e em quase todos os intervalos, estar com ele. Começamos a sair à noite, começamos a sair do domingo de tarde, a minha mãe e a minha irmã Teresa, sim que agora vivia connosco, cada vez mais tinham a certeza que eu namorava com alguém, mas isto eu não lhes podia contar, era um segredo meu só meu, e claro do Marco, e o Filipe também sabia, mas fazia-o jurar quase todos os dias que não contaria nada a ninguém. Estava a viver o meu conto de fadas, tudo era perfeito, menos a parte dele ser meu professor, e se alguém soubesse desta relação estávamos tramados, mas isso é o que dá mais pica. Ate que um dia numa das muitas saídas à noite, estávamos, nós num bar onde sabíamos que não iria ninguém conhecido. O telemóvel dele tocou, e ele ficou super atrapalhado, e não atendeu, achei estranho, tocou a segunda vez, então ele olhou para mim e atendeu:

- Sim.
- Sim esta.
- Olha nós já falamos, esquece ok, não me voltes a ligar.

- Catarina: Quem era?- Fez-se silêncio. - Eu sei que não tenho nada haver com isso ficas-te tão nervoso, não deveria ter perguntado.
- Marco: Eu tenho de te contar isto, não adianta adiar mais.
- Catarina: Contar o que Marco? 
- Marco: Lembras-te do dia em que te atropelei?
- Catarina: Como me podia esquecer.
- Marco: Eu ia a falar ao telemóvel.
- Catarina: Sim eu sei, e o que tem haver com o que te perguntei?
- Marco: Era com ela....Eu tenho, quer dizer eu tinha...
- Catarina: Não digas mais nada, já percebi, e agora era ela.- Peguei minha bolsa e preparava-me para me levantar e ir embora.
- Marco: Calma, a onde vais? Posso ao menos explicar-me?
- Catarina: Isto não me esta agradar nada. - E voltei a sentar-me.
Ele contou-me a verdadeira razão pela qual foi para Lisboa tanto tempo.
- Marco: O que achas?
- Catarina: Acho que não tenho força para lutar contra duas pessoas namoram à tanto tempo.
- Marco: Mas não tens de lutar por nada, eu decidi ficar contigo, ouviste decidi ficar contigo, ela ligou-me agora, queria uma segunda oportunidade, mas a verdade é que a nossa relação já tinha acabado à muito e eu só percebi isso quando te conheci, eu sei que isto é um risco andar assim contigo, mas é mais forte do que eu, não tens de sentir dúvidas.
Quando ele acabou, apetecia-me chorar, nunca ninguém me tinha dito tais coisas, de repente comecei a sentir-me mimada por ele, e ai tive a verdadeira noção daquilo que ele sentia por mim.

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