Vidas Cruzadas [Parte 23]


 


Fiquei tão deprimida que a minha vontade era de ficar em casa, mas como era semana de natal, as gémeas, o Ricardo, o Tiago, a Rita e claro o Filipe, vieram me fazer uma visita e quase me obrigaram a ir com eles as compras de Natal, afinal aqueles eram os meus amigos e serviam mesmo para isto para me animar, claro que o único que sabia do Marco era o Filipe, afinal era o meu melhor amigo, e não me sentia à vontade em dizer ao resto do pessoal que eu andava com o nosso director de turma, mas todos sabiam o que se tinha passado com os meus pais, assim que fizeram de tudo para me animar e lá conseguiram, acabei por comprar uma prenda para a minha mãe, para a minha irmã, para o Filipe, e como não podia deixar de ser comprei uma prenda para o Marco, apesar de não saber se a iria poder entregar, afinal o dia de Natal aproximava-se, e era a primeira prenda que eu lhe ia dar. Compradas todas as prendas de Natal regressamos a casa, e tive uma agradável surpresa. Quando cheguei fui à caixa de correio, era um hábito, ao entrar sempre espreitava se havia correio, e no meio de montes de cartas lá encontrei uma que era para mim, e era do Marco, corri para dentro de casa, pousei o restante correio em cima da mesa da cozinha, e fui para o meu quarto, sem mais demora abri a carta:


" Olá minha querida Catarina, então como estas? Espero que esteja tudo bem contigo, e que aquele assunto dos teus pais se tenha resolvido da melhor maneira. Pois, cá por Lisboa as novidades não são muitas, a minha mãe esta a recuperar, mas todavia necessita dos meus cuidados, não sei por quanto mais tempo, mas penso que seja por pouco. A cada dia que passa as saudades apertam, conheço-te à pouco tempo, mas é como tivesses algo meu, e essa parte ficou no Porto, nunca senti isto por alguém, mas ao mesmo tempo temo esta relação, pois tu sabes que uma relação entre um aluno e um professor é proibido, e eu posso nunca mais dar aulas, este é um assunto que teremos de falar. Por agora restam-me as saudades da tua boca, do teu toque, do teu perfume. Quase de certeza que não poderei passar o Natal ai, por muita pena minha, seria o nosso primeiro Natal juntos, mas Natal é festa de família,  é com eles que eu quero que passes o Natal, feliz, e que não penses pelo menos nesse dia nas tristezas que te rodeiam, pois tu mereces ser feliz, e claro a minha mãe quer que passe o Natal ao pé dela, não sei quantos mais passarei ao lado dela por isso irei ficar, mas não fiques triste pois irei compensar-te e irás estar no meu coração e no meu pensamento. Desejo-se um Santo e Feliz Natal meu amor. Amo-te muito. Beijinhos minha miúda. Com grandes saudades. Marco".


Agora entendi perfeitamente o porque dele me pedir a minha morada. Fiquei com um enorme sorriso e o meu coração quase completo, depois de ler aquela carta, mas as saudades apertavam cada vez mais, já estava mais tranquila, e tinha a certeza que ele iria voltar, coisa que nunca tive, e verdade é que ele já tinha ido já a dois meses.



***Dois dias antes do Natal.***


- Catarina: Mãe, este ano onde vamos passar o Natal?
- Madalena: Aqui mesmo querida.
- Catarina: Não vamos a Chaves? Como fazemos todos os anos?
- Madalena: Eu já te disse que muita coisa ia mudar.
- Catarina: Mas mãe....
- Madalena: Não é bom passar o Natal com a tua mãe, a tua irmã e o namorado dela?
- Catarina: Mãe fico contente por ter a Teresa de volta, mas tenho saudades dos avós, da tia, do tio, e das primas, desde o Natal do ano passado que não estou com eles, este verão nem fomos lá.
- Madalena: Querida tem calma, eu ainda não te contei.
- Catarina: Ainda não me contas-te o que?
- Madalena: Eu liguei para lá, e contei do meu divórcio e claro que eles ficaram surpreendidos, e falei-lhes de ti,  que andavas muito em baixo e como tu sempre quiseste passar o Natal no Porto, eles ofereceram-se para virem cá, passar o Natal connosco, vamos tentar ficar em 3 quartos, os avós iram ficar no quarto que vai ser da tua irmã, o tio e a tia no meu, eu na sala, e as primas contigo. Que achas?
- Catarina: Eu acho muito bem mãe, vai ser tão divertido, todos juntos, obrigada mãe.
- Madalena: De nada, vai fazermos bem as duas. E é verdade chegam amanha pela tarde.
Eu adorava a minha família, e apesar do divorcio dos meus pais, eu já ficava feliz em ver os que me rodeiam fazerem de tudo para me ver feliz, nesse dia a minha avó paterna, que era do Porto, ligou-me a convidar-me para almoçar no dia de Natal na casa dela, que o meu pai também estaria e o resto da família, da parte do meu pai, claro que aceitei o que me deixou também feliz. E se há coisa que me deixa feliz não há dúvida que é a família e a sua união.


PS. Próxima parte é a parte de Natal, fiquem atentos



Continua



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