Vidas Cruzadas 48

Catarina



Pesam-me os olhos, finalmente consegui abrir-los, ai a luz parece que me cega, doí tudo, parece que fui atropelada por um camião. Estou um pouco atordoada. Olho para o lado e esta lá o Marco, quando os nossos olhares se cruzam ele toca subitamente na minha mão, e fica a olhar para mim com cara de preocupação. E nova voz rouca e preocupada me pergunta.
- Marco: Estas bem?
- Catarina: Estou...
Ele olhava-me nos olhos como se à procura de respostas para toda a trapalhada em que me fui meter, eu estava envergonhada pelas minhas atitudes, e tenho plena noção que ele me ama de verdade, e agora percebi que não era de mim que ele estava a falar. Aii sinto-me como uma criança que fez uma asneira e acabou de ser descoberta. Tendo dissimular os meus pensamentos.
 - Catarina: A minha filha?
- Marco: A nossa filha esta a dormir. Queres pegar-lhe ao colo?
- Catarina: É melhor não, não a quero acordar.
Levantei-me lentamente da cama e fui procurar a caminha onde estava a minha filha. Encontrei-a e cheguei-me perto dela a fazer-lhe festas.
-Catarina: Camila. - Sussurrei.
-  Marco: Desculpa disseste alguma coisa?
- Catarina: Camila, vai chamar-se Camila, se não te importares. Era o nome da minha avó.
-Marco: Gosto muito do nome Camila.
- Catarina: Como sabias que eu tinha vindo para o Porto?
- Marco: Não foi dificil adivinhar que estarias na casa da tua mãe. É onde os filhos voltam sempre, quando as coisas não correm como eles querem..
- Catarina: Fui parva não fui?
- Marco: Foste, diz-me o que tanto te incomodava, porque não acredito que tenha sido aquela conversa que ouvis-te ate porque nem esta a falar de ti amor. O que se passou nessa cabeça?
Afastei-me dele, sentei-me na beira da cama suspirei e comecei o meu discurso, que sabia que não iria ser fácil.
- Catarina: Comecei a ficar com dúvidas, duvidava se tinha tomado a decisão certa, tinha saudades da minha mãe, andava irritada, percebi que o meio onde cresceste e aquilo a que chamas de casa não tem nada haver onde eu cresci e com o meu lar. Crescemos em mundos diferentes, temos idades diferentes, isso tudo me fez uma grande confusão, e quando ouvi por acidente aquela conversa o que me parecia mais correcto era voltar. E as minhas dúvidas transformaram-se em certezas. Desculpa.
- Marco: E agora? Ainda tens a certeza?
- Catarina: Não, nem dúvidas. As minhas certezas são outras.
Cheguei-me perto dele e beijei-o.
- Catarina: Amo-te.
- Marco: Eu também, quero ficar contigo, não quero andar a brincar aos casais, nem aos namorados, quero constituir família contigo e ser feliz.

Continua
PS- Mais duas partes e acaba.


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