Vidas Cruzadas 46

**Marco**



Estamos em Lisboa, estou muito feliz por estar cá com ela, apesar de ter sido um choque quando contei toda a verdade a minha família e amigos. Mas é isto que eu quero é com ela que eu quero ficar e se já ceguei ate aqui agora vou até ao fim. Desde que cá chegamos ela anda estranha, anda super sensível, qualquer coisa a afecta, deve ser da gravidez, que já esta quase no fim, como fica linda grávida. Sei que algo a incomoda, sei que algo não esta bem mas não consigo perceber o que. Talvez pense nos pais, talvez já se tenha arrependido da decisão que tomou, não sei. Sei que esta distante, vive num mundo à parte e consigo perceber que algo não esta como ela quer. Mas não sou capaz de puxar o assunto, tenho medo, tenho medo de não dizer as palavras certas, então fico a espera que ela aborde o assunto ou que o tempo passe, talvez quando voltarmos para o Porto isto mude e consigo recuperar a pessoa que ela realmente é. 
Acordei com o telemóvel a tocar peguei nele e dizia Bianca, saltei da cama e fui para a casa de banho, indeciso se haveria de atender ou não, enquanto decidia ou não parou de tocar. Comecei a tratar da minha higiene quando recebo uma mensagem. "Já soube que vais ser pai, que me trocas te por uma miúda que quase podia ser tua filha, apesar deste tempo todo ainda penso em ti". Não isto não me podia estar acontecer, já não penso nela, mas não gosto de receber estas mensagens fico a pensar nela, fico a pensar se tomei a decisão certa, e como seria se a Cat não aparecesse na minha vida, e não gosto. Acabei de tomar banho e fui ao quarto me vestir, a Cat ainda dormia, com aquele jeito angelical que ela tem, puxei-lhe a roupa da cama para cima e acariciei-lhe o rosto, é uma miúda impecável, admiro-a muito. A campainha tocou, desde as escadas rápido para ela não acordar.  Abri a porta, era o Miguel, o Miguel é o meu melhor amigo, somos amigos desde o liceu, era é primo da Bianca.
- Marco: Entra.
- Miguel: Posso.
- Marco: Nem se pergunta, então a tanto tempo.
- Miguel: Pois, agora o senhor vem do Norte e nem visita os amigos.
- Marco: Oh meu, sabes bem.
- Miguel: Sei bem?? Sei mas não foi por ti.
- Marco: Senta-te ai no sofá.
- Miguel: É mesmo verdade?
- Marco: O que?
- Miguel: De tu seres pai... de andares com uma miúda.
- Marco: Catarina, chama-se Catarina.
- Miguel: Tens a certeza do que andas a fazer?
- Marco: Miguel eu amo-a. Olha não queres ir tomar o pequeno almoço.
- Miguel: Ta bem vamos.
- Marco: Vou só buscar a carteira.
- Miguel: E a minha prima?
- Marco: Foi bom enquanto durou, mas eu não gosto dela, não podia continuar a enganar-me. Eu gosto é da Catarina, e agora vou ser pai.
- Miguel: Tens a certeza, que a Bianca não te diz nada?
- Marco: Sim tenho a certeza, ela não significa nada.
- Miguel: És mesmo doido. Tem é cuidado com o que andas a fazer. Sabes que ela gosta de ti, não sei o que te fez mudar de ideias.
Batemos a porta e saímos, a conversa não passou disto o caminho todo. Quando voltamos para casa, a Catarina já não estava, liguei-lhe ela não me atendeu. Fui ver se estaria na casa da minha mãe e nada, Procurei por todos os sítios que ela conhecia e nada, estava a começar a ficar desesperado, quando recebi uma mensagem, era dela. " Agora sei que não significo nada para ti, se calhar nunca signifiquei. Não me sinto enquadrada na tua vida, é melhor assim. Obrigada por me teres iludido este tempo todo. Vou voltar para onde nunca deveria ter saído, não me procures nunca mais, eu própria te ligarei quando a nossa filha nascer." Isto não me podia estar acontecer. Onde ela foi buscar isto? Já sei foi na conversa na conversa com o Miguel ela entendeu tudo mal. Subi ao quarto e as coisas dela tinham desaparecido, peguei na minha mala e pôs toda a roupa que tinha à mão, fui levantar dinheiro e atestei o deposito, liguei à minha mãe para avisar que ia ir ao Porto resolver uns assuntos, e fiz-me à auto estrada. Quando cheguei ao Porto eram 19:30 h, estava cansado, mas primeiro tinha de a procurar, fui directo a casa da mãe dela, estacionei, e toquei à campainha. Ninguém dizia nada, voltei a tocar uns 5 ou 6 vezes, e nada. Fui comer qualquer coisa na pastelaria mesmo em frente à casa da mãe dela, quando voltei fui tocar de novo à campainha.
- Teresa: Quem é?
- Marco: É o Marco. Preciso de falar com a mãe da Catarina.
- Teresa: Sobe.
Subi as escadas, estava super nervoso, as minha pernas tremiam.
- Marco: Posso?
- Teresa: Claro, entra, eu sou a Teresa a irmã da Catarina.
- Marco: Eu sou o Marco
- Teresa: Agora sei porque ela se apaixonou por ti.- E riu-se. Dei um sorriso envergonhado e continuei a falar.
- Marco: Eu, eu nem sei como dizer isto, mas é que a Catarina, hoje de manhã disse-me que ia voltar para onde nunca devia ter saído. Suponho que esteve cá em casa.
- Teresa: Sim supões muito bem.
- Marco: E onde ela esta? Ela precipitou-se, ouviu uma conversa, e entendeu tudo ao contrário, preciso de falar com ela, por favor.
Nisto ouvimos a porta a bater, olhamos para traz era a mãe delas.
- Mãe delas: Você não é? Ponha-se na rua, imediatamente.
- Teresa: Calma mãe.
- Marco: Eu só preciso de saber onde esta a Catarina.
- Mãe delas: O que? Você não sabe onde esta a minha filha? O senhor é um irresponsável.
- Teresa: Calma eu sei onde ela esta. Ela esta no hospital, e daqui a pouco vai ser mãe.
Ela não se estava a sentir muito bem, então levei-a ao hospital, e começou a entrar em trabalho de parto, mas como isso ainda demora vim buscar o saco dela que o deixou aqui. Bah que estão a espera a tua filha e a tua neta esta quase a nascer.


continua


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