Vidas Cruzadas [Parte 8]



Quando acordei, já o sol espreitava à janela do quarto, pensei onde estou, virei a cara e tive a melhor imagem da minha vida, o Marco a dormir encostado a mim, e a minha cabeça perto do seu ombro, senti uma enorme vontade de o beijar, fiquei a olhar para ele e a imaginar como seria se ele não fosse meu professor, como seria se ele eu o beijasse, e lhe dissesse tudo o que me vai na alma, meu coração começou a bater a mil à hora, um movimento espontâneo da minha mão, fez-la pousar sobre o seu rosto, juro que não consegui controlar. Ao sentir a sua pele estremeci, tinha uma pele morena super suave, e tinha barba, curtinha, usava quase sempre assim, o que lhe  dava um toque super sexy, quando lhe toquei ele reagiu de imediato, abrindo lentamente os olhos, depressa olhou para o lado e olhou para mim.
- Marco: Bom dia miúda, acho que adormeci ontem à noite aqui. Desculpa não era minha intenção.
- Catarina: Bom dia, não faz mal.
- Marco: Dormis-te bem?
- Catarina: Sim. E tu?
- Marco: Também, olha vou me arranjar na casa de banho, e fazer o pequeno almoço.
E assim foi, eu arranjei-me no quarto, voltei a vestir o vestido na noite passada, enquanto ele se arranjou e preparou o pequeno almoço, almoçamos, trocamos olhares, sorrisos e partilhamos algumas histórias que nos tinham acontecido, a conversa estava óptima, ate que estávamos quase de saída.
- Marco: Catarina.
- Catarina: Diz
- Marco: Eu acho que devias apresentar queixa na policia, eu sou testemunha, desculpa tocar no assunto.
- Catarina: Não sei Marco, tenho medo que ele faça pior.
- Marco: Agora que eu sei o que se passou não vai fazer, eu não deixo.
Não respondi, fiquei pensativa, ele também não insistiu mais, saímos da sua casa, entramos no carro e eu pedi para ele não me deixar em frente do meu prédio, pois não queria que me vissem com ele, ele assim o fez, estacionou, perto de minha casa, mas num sitio bem escondido, era um parque que havia ali perto, onde não estava ninguém, ele saiu do carro, eu sai também, reparei que ele queria falar, sentou-se num banco de jardim, eu peguei um cigarro e sentei-me ao seu lado.
- Marco: Eu queria...
- Catarina: Sim já reparei que tens algo para me dizer, diz.
- Marco: Eu não sei se deveria fazer o que fiz, mas quando vi aquele monstro, sim que não tem outro nome, a tocar-te e a tentar fazer-te mal passei-me, não suportei a ideia que ele te pudesse vi.... nem consigo dizer a palavra. E ontem quando estavas na cama, senti uma enorme vontade de te proteger sempre, não consigo explicar.
No entanto já tinha acabado de fumar, não tive palavras para ele, apenas o abracei, e as lágrimas não demoram muito a inundar os meus olhos.
- Marco: Catarina, eu não quero que ninguém saiba que dormis-te em minha casa, eu sou te professor, devia manter a distancia, mas não consigo, e sabes que posso perder o meu emprego por ter feito o que fiz, era um escândalo, por isso vou te tratar como tenho tentado fazer, como outra aluna qualquer. Espero que me entendas.
- Catarina: Claro que sim, e ainda não te agradeci pelo que fizeste por mim, obrigada, não sei como te agradecer.
- Marco: Nem precisas.
- Catarina: Tenho de ir, não quero que os meus pais desconfiem que não dormir na casa das gémeas, vou andando.
Dei-lhe dois beijinhos na face, ele abraçou-me de novo, pegou na minha mão beijou-a e disse.
- Marco: Tens algo de especial e eu ainda vou descobrir o que é, vai la.
Virei costas, não olhei para traz, ia quase a entrar no prédio ele passou por mim de carro e piscou-me o olho.



Continua

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